ATA DA CENTÉSIMA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 04-11-2010.

 


Aos quatro dias do mês de novembro do ano de dois mil e dez, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, DJ Cassiá, Dr. Raul Torelly, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, Luiz Braz, Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Pedro Ruas e Reginaldo Pujol. Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, Beto Moesch, Carlos Todeschini, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Mario Manfro, Maristela Maffei, Mauro Zacher, Paulo Marques, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Toni Proença. À MESA, foram encaminhados: pelo vereador João Carlos Nedel, o Projeto de Lei do Legislativo nº 174/10 (Processo nº 3825/10), e pelo vereador Ismael Heinen, o Projeto de Resolução nº 029/10 (Processo nº 3476/10). Também, foi apregoado o Ofício nº 968/10, do senhor Prefeito, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 043/10 (Processo nº 3950/10). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofício s/nº, da Câmara dos Deputados; Ofício nº 047/10, do vereador Ronaldo Napeloso, Presidente da Câmara Municipal de Araraquara – SP –; e Comunicados nos 76081, 76082, 76083, 76084 e 76085/10, do senhor Daniel Silva Balaban, Presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE. A seguir, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo vereador Dr. Raul Torelly, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. Após, foi apregoado Requerimento de autoria do vereador Adeli Sell (Processo nº 3984/10), deferido pelo senhor Presidente, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, no dia de amanhã, em reunião com a ONG ECOPAZ, no Município de Guaporé – RS. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciou-se o vereador João Antonio Dib, em tempo cedido pelo vereador Haroldo de Souza. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Nilo Santos, Toni Proença, Maristela Maffei, Luiz Braz, Engenheiro Comassetto, Reginaldo Pujol, Fernanda Melchionna e Sofia Cavedon, esta pela oposição. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, João Antonio Dib, este em tempo cedido pelo vereador Haroldo de Souza, Sebastião Melo, este em tempo cedido pelo vereador João Antonio Dib, João Carlos Nedel e Idenir Cecchim. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 149/10, discutido pela vereadora Sofia Cavedon e pelo vereador Adeli Sell; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 009/10 e o Projeto de Resolução nº 034/10. Às dezesseis horas, nada mais havendo a tratar, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Nelcir Tessaro, Mauro Pinheiro e Bernardino Vendruscolo e secretariados pelo vereador Bernardino Vendruscolo. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelos senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Dr. Raul Torelly está com a palavra para um Requerimento.

 

O SR. DR. RAUL TORELLY (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a inversão da ordem dos trabalhos, para que iniciemos a Sessão pelo período de Grande Expediente.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Dr. Raul Torelly. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Apregoamos o Requerimento, de autoria do Ver. Adeli Sell, que solicita autorização para representar esta Câmara Municipal na reunião com a ONG Ecopaz, na Cidade de Guaporé, no dia 5 de novembro.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. Haroldo de Souza.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, meus senhores e minhas senhoras; nós elegemos, no dia 31 de outubro, a Presidência, elegemos alguns Governadores, em segundo turno, e já tínhamos eleito Deputados Estaduais, Deputados Federais e Senadores em todo o País. Foram 513 Deputados Federais, 54 Senadores eleitos ou reeleitos; vários Governadores foram reeleitos, outros são novos, e, com Deputados Estaduais, foi a mesma coisa. E eu pergunto: isso significa que nós vivamos uma democracia? E eu também respondo: não, nós não temos democracia neste País! A nossa Constituição, no seu art. 2º, é clara, precisa e concisa: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário são Poderes independentes e harmônicos. Haverá essa independência? É uma pergunta que precisa ser esclarecida. Eu também acredito que não.

Eu devo dizer que democracia pressupõe Partidos fortes, Partidos que tenham ideologia, Partidos que tenham programa e que o respeitem. Isso nós também não temos. Foi verificado, tranquilamente, tanto no dia 3 como no dia 31 de outubro. Portanto, a nossa democracia é incipiente, está iniciando, não tem uma formação física forte que possa ser considerada como tal.

O nosso Executivo Federal, os Executivos Estaduais, os Legislativos Estaduais e Municipais deveriam ter a convicção de uma coisa: nós somos eleitos para servir e não para sermos servidos. É bom que cada Deputado Estadual, Federal, Senador, Governador, a Presidente da República, eleitos em outubro, tenha isso sempre presente. Eles estão lá para servir e não para serem servidos ou para servir a seus amigos e correligionários. Democracia é isso.

Nós temos um Executivo, nos últimos oito anos, que tem total ascendência sobre a Câmara Federal e sobre o Senado da República. É vergonhoso o que acontece! É vergonhoso assistir ao Senador Romero Jucá impondo condições para votações naquele Poder, que deve ser independente e harmônico. Não é independente, é subjugado pelo Executivo. Vemos, na Câmara Federal, o Deputado Henrique Fontana determinando, como Líder do Governo, e a Câmara Federal se submetendo. Depois dele, o Deputado Vaccarezza fazendo a mesma coisa.

Então, nós não temos um Executivo sério, responsável e isento, que entenda que foi eleito para servir o povo brasileiro. Não temos um Congresso Nacional que entenda da mesma forma, que foi eleito para servir o povo brasileiro, para fazer as leis necessárias. O Executivo manda Medidas Provisórias numa sequência incrível. O Legislativo nem se reúne; em quatro ou cinco meses, fizeram apenas quatro ou cinco reuniões, não se reúne o Congresso Nacional! E, quando se reúne, apesar de prometer votar Emendas Provisórias, como a Emenda nº 300, que trata da polícia, bombeiros, etc., enchem o plenário de interessados no assunto, mas vem a ordem do Governo de que não é para votar, e, então, não se vota! Onde está a independência, onde está a harmonia?

Eu não quero usar a expressão de Rui Barbosa, que disse que o Congresso era venalizado. Não vou usar isso aí! Eles apenas trocam por emendas que interessam a eles para o futuro. Eles apenas fazem trocas por cargos para seus amigos, para seus correligionários. E aí, a quem eles devem servir eles não servem, que é o povo brasileiro, que é quem manda. Todo poder emana do povo, é o que diz a Constituição. Será que é verdade? Claro que não é verdade, quando o Presidente da República determina como deve funcionar o Congresso Nacional. Então, já vimos que temos um Executivo e um Legislativo que ficam muito a dever para que o País seja uma democracia.

E o nosso Judiciário? Nós tivemos o problema do “mensalão”, problema que deixou todo o País alarmado. O que está acontecendo? O Governo está comprando os Deputados? Mas isso foi em 2005, 2006. Já houve duas eleições depois, e a Justiça ainda não mandou prender ninguém, não decidiu nada sobre ninguém, e eles estão circulando livremente neste País. Isso é democracia para eles. Para mim, é anarquia. Então, a Justiça também nos deve. Tem que ser célere, rápida, tem que ser realmente justa.

Por que nós temos que discutir a ficha limpa? É um dever de cada um ter a ficha limpa, principalmente para quem quer um cargo público. Cada um de nós, quando vai fazer o registro da candidatura, seja para Vereador, Deputado, o que for, tem que apresentar uma Folha Corrida. Foi uma lei tola, não precisava nem ter sido feita. Todos os candidatos deveriam ter ficha limpa, e todos os titulares devem ter ficha limpa. É o mínimo que se pode pensar deles. Mas a nossa Justiça não faz jus àquela definição de Poder independente e harmônico, em que Legislativo e Judiciário frequentemente se atritam, não se entendem, porque a Justiça não é feita com a celeridade com que deveria ser feita, ou quando o Judiciário toma medidas que deveriam ser tomadas pelo Legislativo, pelo Congresso Nacional, como foi o caso do número de Vereadores neste País, não cabia à Justiça Eleitoral fazer isso. Mas, como o Congresso Nacional não fez, a Justiça substituiu o Congresso, e eu acho que aí está certo. O Congresso é inoperante, só opera quando tem interesse. E é por isso que eu disse: o Congresso deve servir o povo brasileiro.

E os nossos Partidos? Qual o Partido que pode dizer que tem programa, ideias? Aliás, os programas partem de ideias. Reúnem-se pessoas, e, em torno de ideias, se faz um programa. E, com muita disciplina, com muita hierarquia, se busca conquistar o poder para a realização do bem comum. Qual é o Partido neste País capaz de dizer que, realmente, respeita as suas convicções? O Ver. Pedro Ruas está ali, e eu sou capaz de dizer que o PSOL pode fazer isso.

Vou começar pelo meu Partido, o Partido Progressista. O nosso Presidente nacional, Francisco Dornelles, um homem que se sabe que é íntegro, um Senador, um homem competentíssimo, esteve indicado para Vice-Presidente de José Serra. Nesse momento, eram amigos de infância, amigos de toda a vida, havia identidade de princípios, identidade de pensamentos. E aí José Serra não escolheu Francisco Dornelles. Pronto, bastou para ele passar para o outro lado. Onde é que estava a ideologia? Onde é que estava o programa? Onde é que estava a ideia? Onde é que estava a seriedade? Onde é que estava a responsabilidade? Nós vemos um PMDB que lá apoia um lado, aqui se opõe ao mesmo lado. E agora? Quando é que se tem Partido? Vejam o exemplo de grandes países, como os Estados Unidos. Hoje os jornais trazem os resultados das eleições do Congresso americano, e se verifica que os dois Partidos que realmente representam os americanos, o Partido Republicano e o Partido Democrata, dividiram entre si a responsabilidade de apoiar ou confrontar o Presidente. Desta vez, o Democrata, que é o Partido do Presidente, perdeu para o Republicano. Então, realmente há independência e vai haver mais independência, sem dúvida nenhuma, entre Executivo e Legislativo, porque o Legislativo americano vai exigir do Presidente as medidas que são de interesse do povo americano. Não é que lá não tenha deputados e senadores subordinados a outros interesses que não o de servir o povo americano, mas de servir grupos, é incrível também o que acontece lá, mas, pelo menos, tem dois Partidos organizados. Nós aqui temos Partidos que são Partidos de aluguel, Partidos que trazem o mesmo candidato à Presidência repetidas vezes, não sei onde buscam recursos, não sei quem financia a campanha, mas é candidato à Presidência. Nos Estados Unidos, também tem! Na Inglaterra, tem dois Partidos. O resto é um número insignificante, não tem expressão, não falam, mas tem unidade. Unidade partidária é uma coisa imprescindível, e lá tem os trabalhistas e os conservadores, que se alternam no poder. Mesmo assim, sofrem crises, tanto os Estados Unidos quanto a Inglaterra, mas eles conseguem sair da crise com dignidade.

Nós, aqui, cheios de problemas, já dizemos que temos cem milhões de integrantes da classe média. Que números engraçados! Eu não conheço esses cem milhões, nem um milhão, nem nada disso. Eu vejo é muita gente passando trabalho. No meu gabinete, o que mais aparece é currículo e pessoas buscando emprego, ou pedindo passagem para voltar para o Interior. Então, eu não sei onde está essa classe média de cem milhões de habitantes. Metade da população brasileira é da classe média. E os 12,5 milhões de Bolsa Família são para a classe média? Claro que não! É verdade, e a imprensa já mostrou, que um proprietário de uma moto no valor de 60 mil reais também recebia Bolsa Família. Isso acontece, não é nenhuma crítica ao Governo, mas estou dizendo que não é dando o peixe que se faz uma pessoa sobreviver, é ensinando a pescar, e isso nós não estamos fazendo. Não se fala de um trabalho, aqui neste País, para que todo mundo possa viver com dignidade. Todos os anos, deveriam ser criados quatro milhões de empregos, para os jovens que entram no mercado de trabalho. Com 18 anos, temos quatro milhões de jovens, uma geração. Nós temos 200 milhões de habitantes! A cada 25 anos, temos gente com 18 anos, mas não temos emprego para todos!

Agora, se faz alarde do número de empregos criados neste País. Este ano, eu ouvi o Ministro Lupi dizendo que, apesar da crise, no ano de 2009, o Brasil criou um milhão de empregos, e que, em 2010, criaria quase dois milhões de empregos. Ainda fica devendo, porque precisa de quatro milhões por ano! Tem muita gente desempregada. Mas, no mesmo pronunciamento, ele dizia que a preocupação era tamanha com os trabalhadores brasileiros que 7 milhões e 700 mil brasileiros recebiam o seguro-desemprego. Onde está o número de empregos criados pelo Governo brasileiro? Eu volto a perguntar se nós temos democracia. Não, nós não temos, porque democracia pressupõe que Executivo, Legislativo e Judiciário sejam independentes e harmônicos. Democracia exige responsabilidade, seriedade e doação de quem governa, de quem participa das decisões governamentais, e isso também nós não temos! Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra em Grande Expediente. (Pausa.) Ausente.

O Ver. Nilo Santos está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. NILO SANTOS: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhores e senhoras, servidores desta Casa, desejo uma boa-tarde a todos. Eu quero fazer uso da tribuna hoje, para comentar um fato que ocorreu na noite passada, na reunião do OP, quando foi tratado um assunto que estamos discutindo na CUTHAB, Verª Maristela Maffei. A Conselheira Rosa estava, ontem, muito alterada. O assunto é sobre uma área ocupada, do Montepio, que tem um problema: 42 famílias moram em área de risco, grudadinhas no arroio. E, cada vez que chove muito, o arroio transborda e as casas são invadidas pela água, pelos ratos, e isso vem sendo discutido na CUTHAB.

E, maldosamente, a Conselheira Rosa... Infelizmente, tem Conselheiros dentro do Orçamento Participativo que trabalham pela comunidade e tem outros que trabalham para certos políticos e terminam fazendo confusão dentro do OP, transformando as comunidades em massa de manobra, para poder, depois, usar essas pessoas em época de campanha eleitoral. Infelizmente, tem Conselheiros e tem cabos eleitorais disfarçados de Conselheiros do OP. Essa é uma realidade, Sr. Presidente, dentro do Orçamento Participativo, que precisa, sim, ser reavaliada! O comportamento de algumas pessoas dentro do Orçamento Participativo precisa ser reavaliado. Alguém tem que fazer um trabalho de acompanhamento, para podermos tratar sobre isso.

Ontem, então, foi dito, Sr. Presidente, que essas famílias que moram nessa área de risco não sairão de lá, permanecerão na área de risco, e que o senhor, Presidente, não tem que se meter; o Dr. Goulart, que é Diretor do DEMHAB, não tem que se meter; e que este Vereador não tem que se meter - sou membro da CUTHAB e moro na região. O problema, Sr. Presidente, é que quando houve o alagamento e o solo foi totalmente contaminado por fezes, por urina, e os ratos disputaram as casas com as pessoas, essa Conselheira não foi lá socorrer ninguém.

 

(Aparte antirregimental.)

 

O SR. NILO SANTOS: De quatro pernas, ratos de quatro pés; de duas pernas apareceram depois. Essa Conselheira não foi lá socorrer essas pessoas, Ver. Toni Proença! As pessoas perderam comida, perderam colchão, perderam roupas, e essa Conselheira não foi lá socorrê-las, assim como a Presidente da Associação também não foi lá socorrê-las, não esteve lá! Às três horas da tarde, a Presidente da Associação do Grande Campo Novo ligou para mim pedindo socorro, e o alagamento tinha ocorrido na noite anterior. Graças a Deus, conseguimos que a Defesa Civil fosse lá dar um atendimento. Eu só fui lá, verifiquei a situação e não apareci, porque eu entreguei exatamente nas mãos de quem pode resolver o problema, pois eu não gosto de fazer a politicagem de ficar lá distribuindo colchão, distribuindo cesta básica. A Defesa Civil fez isso.

E a Conselheira Rosa, então, acha que tem o poder de decidir pelas pessoas! Quem está na área de risco tem que sair, Ver. Pujol! Tem que sair, ou o Ministério Público irá obrigar o Município a retirar aquelas famílias de lá. Tem crianças brincando no solo contaminado com fezes e urina humana e com urina de rato também! E a Conselheira não quer que essas famílias saiam de lá, porque o Presidente, que vai trabalhar para ela na próxima campanha eleitoral, também não quer que essas famílias saiam de lá. Essa manobra tem que terminar dentro de Porto Alegre! E ela disse mais: disse que lá quem manda é o Presidente da Associação, e que os Vereadores não têm que estar se metendo! Mas o que é isso? Xerife, Coronel dentro das nossas vilas? Então, nós vamos largar a polícia para cima dele, porque tem que ter algum interesse acima do bem...

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; colegas Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores, quero tratar aqui de um tema referente a uma das características peculiares da região sul da cidade de Porto Alegre, que é sua área de produção primária, a Área de Proteção ao Ambiente Natural e sua característica produtiva.

Ontem, aconteceu a abertura da colheita do pêssego em Porto Alegre, e, hoje pela manhã, tive o prazer de realizar uma reunião de trabalho com o Secretário Municipal da Fazenda, Urbano Schmitt, porque nós temos um grande problema na política municipal referente à produção primária de Porto Alegre. Quando esta Casa construiu o Plano Diretor, no ano de 1999 - eu ainda não estava aqui, mas contribuí nos debates na Cidade -, ela aprovou um belo conceito de Cidade. Construiu, para a Zona Sul, um espaço rururbano, reconhecendo as atividades de produção primária e reconhecendo as Áreas de Proteção ao Ambiente Natural. E remeteu, lá no Plano Diretor, a um programa de desenvolvimento sustentável para a Macrozona 8, que deveria ser realizado, fato esse que, até os dias de hoje, não foi concretizado. Uma das tarefas a Câmara Municipal realizou, que foi a de aprovar, em 2002, ainda na administração do Prefeito João Verle e de muitos dos senhores e das senhoras que estavam aqui naquele ano, uma legislação isentando de impostos todas as propriedades produtivas, bem como todas aquelas propriedades que mantêm uma Área de Proteção ao Ambiente Natural. Em 2003, eu tive o prazer, como militante atuante na Cidade e na região sul, de estar junto com o Prefeito João Verle quando ele entregou aproximadamente 400 guias de isenção tributária - o Ver. Adeli Sell era Secretário da SMIC na época - para as propriedades agrícolas produtivas, isenção de Imposto Predial e Territorial Urbano e isenção, também, da Taxa do Lixo. Agora, o que aconteceu nesse período de 2003, 2004 até os dias de hoje? Nós temos pilhas de processos lá nas Secretarias Municipais, principalmente na Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio, que não são analisados, porque dizem que não tem estrutura técnica. Em contrapartida, Ver. Bernardino, a Secretaria da Fazenda, bem como a Procuradoria, entra na Justiça contra os contribuintes. Mas tem uma lei que já garantiu a isenção tributária para esses produtores primários de Porto Alegre. Hoje o Secretário Urbano Schmitt e o seu Assessor, o Marino, assumiram o compromisso de enfrentar esse problema, porque é um problema que se arrasta há alguns anos, e os produtores, muito deles, com essa dívida - cobrança de IPTU que chega até a 50 mil reais por ano -, acabam entregando as suas propriedades para os loteadores irregulares. Estes, por sua vez, vão lá, metem uma máquina, vendem os terrenos e vão embora, porque eram “laranjas”. E os produtores, que achavam que estavam vendo um beija-flor, passam a ver uma outra ave que não contribui para o processo produtivo.

Essa é uma realidade, e eu venho a esta tribuna para socializar esse tema com todos os colegas Vereadores, acreditando, sim, que o Secretário Urbano, junto com o Prefeito Fortunati, vai enfrentar esse tema e apresentar uma solução. Então, quero aqui agradecer aos colegas e dizer que esse é um tema da Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente.

O Ver. Toni Proença está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. TONI PROENÇA: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, eu venho a esta tribuna relatar uma reunião que tivemos com o Prefeito Fortunati, ontem à tarde - eu, o Ver. DJ Cassiá, o Ver. Sebastião Melo, o Ver. Adeli Sell e a comunidade de várias vilas da Grande Cruzeiro. A comunidade nos procurou na Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos, na semana passada, relatando as dificuldades que tinha em acompanhar o processo que a Cidade está desenvolvendo para a duplicação da Av. Tronco e para a realocação da comunidade. E a falta de informação e de possibilidade de acompanhar estavam gerando insegurança e dúvidas na comunidade. A Comissão, presidida pelo Ver. DJ Cassiá, achou por bem pedir uma audiência com o Prefeito Fortunati, para levar a reivindicação da comunidade e dar a possibilidade de a comunidade se manifestar, para que o Prefeito pudesse ouvir as suas dúvidas, as suas demandas e as suas inseguranças. Venho a esta tribuna, por dever de ofício, elogiar a atitude do Prefeito, que não só nos recebeu prontamente, rapidamente – acho que em menos de três dias, demorou um pouco, porque tínhamos o feriadão no meio disso -, mas, mais do que isso, o Prefeito acolheu as demandas da comunidade que, basicamente, eram duas.

A primeira delas dizia respeito ao reconhecimento, por parte da Prefeitura, da comissão organizada pela própria comunidade, comissão essa de acompanhamento das obras de duplicação da Av. Tronco e também das outras obras que serão necessárias à duplicação, por conta da Copa do Mundo. Mais do que isso, o Prefeito prontamente determinou que a comunidade indicasse três nomes para fazer parte do Grupo de Trabalho – que foi criado pelo Prefeito através de um Decreto, meu Líder, Ver. João Antonio Dib, e conta com várias Secretarias - que acompanha a obra de duplicação da Av. Tronco. O Prefeito disse que vai refazer o Decreto, Presidente Nelcir Tessaro, e, ao refazê-lo, vai incluir três nomes da comunidade, indicados pela própria comunidade, que passam assim a acompanhar a execução dos projetos, a execução das negociações, o desenvolvimento do necessário trabalho para a duplicação e para a realocação das famílias, podendo, dessa forma, contestar e apresentar sugestões antes mesmo de os fatos terem ocorrido. Com isso, ganha a Cidade mais um espaço de participação, mais um espaço de envolvimento da comunidade.

Quero, portanto, cumprimentar o nosso Presidente, Ver. DJ Cassiá, que rapidamente interveio na situação; cumprimentar o Ver. Adeli Sell, que, como sempre, foi brilhante na reunião, mas, principalmente, quero cumprimentar o Prefeito Municipal por essa demonstração de que ele, realmente, quer atuar do ponto de vista conceitual da participação e do envolvimento com a comunidade nas obras que serão executadas para recebermos a Copa do Mundo. Que sejam obras não só no discurso, mas, conceitualmente, obras que deixem bons resultados para a comunidade, que façam integração social e que sejam obras perenes, com resultado também após a Copa do Mundo. Parabéns ao Prefeito por essa bela atitude!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, o tema que me traz aqui hoje diz respeito à região onde moro, que é a região leste, a Lomba do Pinheiro. Nós aprovamos, no ano passado, Ver. João Dib, dois projetos do Executivo, sendo um deles sobre a Operação Urbana Consorciada, que cria dispositivo e regulariza a questão do Estatuto da Cidade; o outro seria a primeira experiência colocada em prática em Porto Alegre sobre o gerenciamento, a organização da região, que é o Consórcio Urbano da Lomba do Pinheiro. Nós aprovamos o Projeto, com três Emendas, sendo duas de minha autoria e uma do Ver. João Carlos Nedel, também aprovadas por este Plenário. A Lei foi sancionada, mas ainda não foi regulamentada.

O que acontece na nossa região hoje? Nós temos oito loteamentos sendo executados e mais quatro para ser aprovados, tudo por não haver regulamentação por decreto. Portanto, a região hoje não tem conhecimento, Sr. Presidente, do que está acontecendo. O conhecimento que temos é de que a população da região aumentou em aproximadamente vinte mil pessoas, e nós temos apenas uma via estrutural, que é a Estrada João de Oliveira Remião. No projeto chamado Lomba do Futuro está prevista mais uma avenida cortando pela Zona Sul, mas não tivemos mais notícia disso, e, por não estar regulamentada a Lei, nós perdemos a possibilidade de estar acompanhando o processo. Isso nos preocupa por demais, porque a Emenda do Ver. João Carlos Nedel fazia uma modificação no limite de uma parte do Bairro, e, das duas Emendas de minha autoria, uma era para reserva técnica em torno do Ceitec para a indústria de semicondutores, que, eu acredito, deva ser a vocação industrial de Porto Alegre, as chamadas “indústrias de tecnologia limpa”; a outra, também aprovada, era sobre a questão da reserva do futuro hospital da Lomba do Pinheiro, na parada 12, junto ao PA daquela região. Não estando regulamentada a Lei, não temos certeza de que essas três Emendas também já estejam sendo colocadas em prática, Ver. João Carlos Nedel. Sobre a própria questão da cooperativa, que incluiria toda essa discussão, não temos ciência de como está esse processo. E sobre essas duas questões da indústria, que nós temos incentivo do Ministério de Ciência e Tecnologia, também temos que buscar saber como estão essas tratativas.

Estive fazendo uma visita ao Ver. Newton Braga Rosa, do Inovapoa, para colocar em prática a ação das indústrias. Nós estamos perdendo uma das indústrias Shell para Viamão, porque essa Emenda ainda não está regulamentada. Quero que esta Casa tenha ciência do que está acontecendo e que possamos colocar este assunto em pauta, Sr. Presidente, porque é uma indústria que estamos perdendo, mas ainda há tempo de a recuperarmos.

Portanto, é uma agenda importante que diz respeito a um bairro, mas que é importante também para a cidade de Porto Alegre e para o mundo. Temos o Ceitec, temos área reservada e estamos perdendo isso. Por quê? Temos que fazer essa discussão no centro do Governo. Não pode ser apenas interesse desta Casa, tem que vir de lá para cá também. Agora, com a definição das questões eleitorais no Governo Estadual e também no Federal, temos que compor essa parceria, porque hoje Porto Alegre está órfã de indústrias, e temos a possibilidade de ter essas indústrias conosco, com a vinda do Ceitec, que foi uma conquista da nossa Cidade. Então, é uma agenda colocada no centro da política e que não podemos “deixar batida”, senhoras e senhores!

Por outro lado, há essa preocupação de que todos os loteamentos da região leste, na Lomba do Pinheiro, estão sendo aprovados por decreto. Isso pode até ser legal, mas não é moral e é um desrespeito com a nossa região. Queremos propor uma reunião com o Ver. Márcio Bins Ely, Secretário da SPM, que, tenho certeza, vai nos receber, com todo o staff do Governo e, também, com o Prefeito José Fortunati, que é uma pessoa sensível, para chegarmos a um bom termo para a região e para Porto Alegre. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores; o Ver. Engenheiro Comassetto trouxe um tema a esta tribuna que deve interessar a toda esta Casa, porque fala de uma modificação que, algum tempo atrás, foi feita no Plano Diretor, colocando toda aquela região que antes era tida como região rural em Porto Alegre como região rururbarna. Na época, nós, que éramos de oposição e que não aceitávamos aquela modificação para região rururbana, já avisávamos que aquelas pessoas que estavam pagando o ITR, que era um imposto bem baixinho, começariam a ter um imposto grande em cima deles, que era o IPTU, porque, como seria região rururbana, mudariam a sua categoria no pagamento de imposto, deixando de pagar o ITR. Naquela época, riram de nós, disseram que aquilo estava sendo feito para poder beneficiar as pessoas que estavam naquela região rural, que agora eles teriam outro status, mil elogios! Só que o passar do tempo mostrou que aquelas pessoas que estavam na região rural, pagando o ITR, com a modificação por causa dessa Zona Rururbana, acabaram tendo prejuízo.

Eu acho que esses erros poderiam ser compensados agora, com um Projeto que está tramitando na Casa, Vereador-Presidente, modificando pelo menos uma parte da área rururbana, devolvendo-a como área rural de Porto Alegre. Eu acho que essa seria uma medida mais do que lógica. Mas, para que pudéssemos fazer uma nova área rural, precisaríamos de técnicos especialistas na Prefeitura Municipal que pudessem detectar qual seria essa nova área rural de Porto Alegre, porque, antigamente, 30% de toda a extensão de Porto Alegre era considerada área rural. É verdade que muito do que era considerado área rural não poderia ser assim considerado, nós teríamos que fazer um redesenho, para saber o que era área rural e o que não era. Mas, naquela época, o Governo do PT resolveu da maneira mais simples: considerou todo mundo como área rururbana. Foi um erro que acabou penalizando muita gente. Só que, agora, ao invés de assumirem o erro e dizerem que erraram, não, agora ninguém errou, eles não erraram, foi a Casa que errou, porque tem que corrigir aquele erro. Mas não adianta ficar apenas dizendo quem errou e quem não errou, porque isso não vai levar a parte nenhuma. Ver. João Dib, acho que o Projeto para devolver uma área rural para Porto Alegre é de autoria de Vossa Excelência. Só que, para devolver a área rural para Porto Alegre, nós temos que redesenhá-la. Os técnicos da Prefeitura teriam que fazer com que essa missão fosse desempenhada com urgência, porque precisamos saber o que sobrou de área rural para Porto Alegre. Será que, no bairro Vila Nova, sobrou alguma área rural? Será que o bairro Lami é uma área rural? Será que o bairro Belém tem alguma coisa de área rural? Porque, se devolvêssemos isso para a área rural, aquelas pessoas que têm propriedade nessas áreas voltariam a pagar o ITR, e aí estaria solucionada a vida de muita gente. Mas me parece que querem continuar caminhando pela estrada mais difícil, aquela que oferece mais obstáculos, em vez de tentar uma solução mais simples. E eu acredito que a solução mais simples é essa de podermos redescrever a nova área rural de Porto Alegre, que não é mais de 30%, quem sabe seja 20% ou dez por cento? Eu não saberia dizer e duvido que tenha alguém aqui que possa dizer qual é o tamanho da área rural que temos hoje em Porto Alegre, mas precisamos fazer isso com urgência, para corrigir um erro do Governo do PT, que resolveu estabelecer a área rururbana.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, colegas Vereadores, colegas Vereadoras, quero trazer um tema que iniciamos na semana passada, a respeito da Audiência Pública da Frente Parlamentar de Incentivo à Leitura, com a Comissão de Educação da Câmara Municipal, para que Porto Alegre constitua um plano municipal do livro e da leitura.

Nacionalmente, existe uma orientação construída a partir de audiências públicas com as entidades vinculadas ao livro e à leitura, que é um decreto interministerial a partir dessas conferências, orientando o plano nacional, os planos estaduais e os planos municipais. Em Porto Alegre, nós, que temos uma série de iniciativas no que se refere ao livro e à leitura, que temos a maior feira do livro a céu aberto das Américas, que temos iniciativas de adoção do livro pela rede de escolas municipais desde 2000, que temos bibliotecas comunitárias, que constroem cotidianamente as políticas de descentralização do livro nas mais variadas comunidades da nossa Cidade, nós, que temos, nesta Capital do povo gaúcho, centenas de escritores e escritoras, poetas, contistas e romancistas, que fazem da nossa literatura uma literatura mais rica, que fazem da nossa Feira do Livro um grande evento, não só do povo gaúcho e não só do povo brasileiro, nós estamos atrasados na constituição do Plano Municipal do Livro e da Leitura.

No dia 1º de julho de 2007, foi feita essa Audiência Pública, organizada pela Frente Parlamentar e pela Comissão de Educação, com a participação da Secretaria Municipal de Educação e da Secretaria Municipal de Cultura, porque é uma política de literatura e não pode estar desvinculada da educação e da cultura. Temos uma rede de entidades, como a Câmara Rio-Grandense do Livro, o Conselho Regional de Biblioteconomia, a ONG Cirandar, diversos atores da nossa Cidade que estão fazendo um diagnóstico das políticas de leitura no Município e prospectando um planejamento que permita o avanço das políticas na área.

Apesar desse esforço fenomenal que esses atores fazem buscando esse diagnóstico, sobretudo tentando combater o analfabetismo funcional, que atinge 30% do povo gaúcho, e a falta de acesso às bibliotecas - só um por cento da nossa população frequenta as bibliotecas públicas, e não é à toa, porque, infelizmente, elas são muito centralizadas e funcionam em horário comercial, não permitindo que o povo trabalhador e os estudantes possam acessar as belezas do conhecimento que estão dentro dessas bibliotecas -, nós estamos pedindo, Ver. Toni Proença, com a sua assinatura, com a assinatura do Ver. Pujol, uma audiência com o Prefeito Municipal para tratar da Frente da Leitura, com os Vereadores, as Vereadoras e as entidades, e, até hoje, nós não tivemos um retorno do Gabinete do Prefeito. Eu não consigo acreditar que 12 Vereadores e Vereadoras que assinaram o Requerimento não serão recebidos pela Prefeitura em meio, ainda, à Feira do Livro de Porto Alegre.

 

O Sr. Toni Proença: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Fernanda, eu quero cumprimentá-la pelo pronunciamento e dizer que eu acabei de usar esta tribuna para elogiar o Prefeito, que tinha nos recebido numa audiência e, mais do que isso, tinha atendido à demanda da comunidade da Cruzeiro. Eu tenho certeza de que há algum mal-entendido. Vamos somar todos os esforços dos Vereadores da Frente Parlamentar de Incentivo à Leitura, e tenho certeza de que o Prefeito irá nos atender.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Muito obrigada, Ver. Toni Proença. Não tenho dúvida do esforço de V. Exª na luta pelo livro e pela leitura, em parceria com a nossa Frente. Nós estamos aqui reivindicando que isso seja encaminhado e que a assessoria do Prefeito dê um retorno a respeito do recebimento dos Vereadores e Vereadoras da Frente. Esperamos esse retorno o mais rápido possível, já que a espera se prolonga por um mês, e, lamentavelmente, até agora nós ainda não fomos recebidos. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Haroldo de Souza.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, meus senhores e minhas senhoras; no dia 31 de dezembro de 2012, está nos meus planos deixar esta Casa e já começo a ter saudades, mas algumas mágoas eu levo comigo. Não a deste ano, quando vi rejeitarem a Emenda à Lei Orgânica na linha de substituição do Prefeito, e a Procuradoria-Geral do Município fazer claque aqui. Eu achei um horror, para quem deveria entender de lei, fazer a claque que fizeram. Mas uma das mágoas que eu vou levar, com toda a certeza, é exatamente a ausência de Zona Rural nesta Cidade.

Nós, em 1999, propusemos a manutenção da Zona Rural, pois o Partido dos Trabalhadores terminava com ela, fazendo a Zona Rururbana. E, na Comissão que analisou o Plano Diretor, nós conseguimos colocar o nosso ponto de vista de absoluta organicidade, porque o art. 212 da Lei Orgânica diz, no seu inc. I, que (Lê.): “Determinação dos limites físicos, em todo o território municipal, das áreas urbanas, de expansão urbana e rurais [áreas rurais] e das reservas ambientais, com as seguintes medidas:...” Consegui, na Comissão, aprovar as Zonas Rurais, mas, no Plenário, perdemos por um voto. Ano passado, eu presidi a Comissão que analisava o Plano Diretor e realmente tentei fazer voltar a Zona Rural e não consegui passar na Comissão. Mas eu sou um democrata, presidi e aceitei. Em 1999, o que se pretendia era cobrar IPTU da Zona Rural, ninguém se engane quanto ao que se pretendia. Posteriormente, o Partido dos Trabalhadores verificou que era uma complicação muito grande, que não dava para fazer essa cobrança, e propôs a isenção das zonas produtivas, o que foi aceito por unanimidade, e, inclusive, o acerto daquelas parcelas que não foram pagas durante muito tempo, porque não havia como pagar IPTU de Zona Rural. Antes se pagava ao INCRA o ITR - Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural, creio que seja esse o nome. Realmente, isso aconteceu. Agora o Ver. Engenheiro Comassetto diz, com toda a responsabilidade que ele tem, com a seriedade que o caracteriza, que teve um encontro com o Sr. Urbano, Secretário da Fazenda, e que vai encontrar a solução. Cumprimentos ao Ver. Comassetto e a certeza de que o Secretário Urbano encontrará, junto com a Câmara Municipal, a solução para esse problema que realmente aflige muitas pessoas. Eu quero dizer que a criação da Zona Rururbana trouxe sérios prejuízos à Vila Nova. A Vila Nova é uma área pequena, que o Ver. Comassetto conhece melhor do que ninguém, e perdeu muito em razão dessa Zona Rururbana.

 

O Sr. Engenheiro Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Antonio Dib, sempre aprendo muito com V. Exª, mas há um equívoco na sua fala. A Vila Nova já era Zona Urbana desde 1969, pelo Plano Diretor de 1969, toda a Vila Nova. Um grande abraço.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Toda a Vila Nova não! Parte da Vila Nova era. Terminaram com a Zona Rural, e a Vila Nova se preservava com tal! Ontem, iniciaram a colheita do pêssego, e uma das maiores e melhores produções de pêssego do Brasil ainda está lá na Vila Nova. Muitos conjuntos residenciais e muitas outras coisas estão sendo levados para lá, mas nós deveríamos restabelecer a Zona Rural na cidade de Porto Alegre para o benefício de toda a nossa população e, especialmente, daqueles que se dedicam à agricultura há muitos e muitos anos. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; colegas Vereadoras e Vereadores, senhoras e senhores aqui presentes; quero, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, primeiro, responder rapidamente ao Ver. João Antonio Dib e ao Ver. Luiz Braz, dizendo que o Projeto do Plano Diretor de 1999 foi aprovado por esta Casa, portanto, democraticamente construído. Não é e não foi nenhuma imposição da Administração Popular, como foi dito aqui! Essa é a primeira questão. Segunda questão: a política e a solução para a área de produção primária já existem, e o início de sua execução foi em 2003, pelo ex-Prefeito João Verle; depois, na gestão Fogaça, parou! Os processos estão lá parados por falta de análise técnica! Então, o que eu quero dizer aqui? Que a política, inclusive em 2006, com a nova lei encaminhada a esta Câmara pelo Prefeito Fogaça, que nós votamos favoravelmente, ampliava o direito aos produtores rurais de Porto Alegre, mas ela não é executada! E a conversa hoje com o Secretário Urbano Schmitt foi no sentido de fazer a sua execução, dando direito à isenção já existente. Portanto, eu não vou criar nada de novo. Eu estou querendo executar aquilo que já foi construído.

Eu quero, em nome da minha Bancada, cumprimentar o Governador Tarso Genro pelo conjunto de medidas que ele vem adotando no Rio Grande do Sul. Primeiro, assumindo o compromisso político de fazer aqui um Governo de coalizão, e já com os diálogos firmados e afirmados, além dos Partidos que compuseram o campo de aliança - PT, PSB, PCdoB e PPL -, que assumiram desde o 1º turno, também já aceitou compor o Governo o PTB. E, ontem, houve a primeira reunião com o PDT, quando se iniciou um diálogo para se construir um Governo de coalizão no Rio Grande do Sul, assim como fazemos no Brasil.

Cumprimento também o Governador Tarso Genro por convidar para participar do centro do seu Governo, no mínimo, quatro colegas, ex-Vereadores desta Casa: o companheiro Estilac Xavier para Secretário-Geral de Governo; por três vezes Vereador e, também, Presidente desta Casa, o Ver. João Motta para a Secretaria do Planejamento; o Ver. Carlos Pestana para a Casa Civil; e o Ver. Marcelo Danéris, para coordenar o Conselho de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Sul. Portanto, quatro Vereadores que passaram por esta Casa terão assento no centro do Governo e, certamente, um diálogo aberto com Porto Alegre e com todos os colegas Vereadores de todos os Partidos que compõem a política do nosso Município.

Por último, quero falar sobre as medidas que a primeira mulher Presidenta da República, Dilma Rousseff, já anunciou, não de uma maneira demagógica, como fazia o Serra nos seus debates, dizendo que, no próximo ano, o salário mínimo já seria de 600 reais, mas apontando para, em 2012, chegarmos a esse patamar. O segundo tema é a questão do Bolsa Família, de trabalhar um reajuste - não dando 13º terceiro, como dizia o Serra - dentro da estrutura econômica do País, dentro da agenda de recuperação dos excluídos, para que possam ter renda, ingressar no mercado do trabalho e na política da economia brasileira. Essas duas medidas foram amplamente debatidas durante a campanha e foram apresentadas por José Serra, o opositor, de uma forma, principalmente... Então esses dois temas já foram politicamente trazidos ao debate: o salário mínimo, em 2012, alcançar o patamar de 600 reais, e reajustar o Bolsa Família. Um grande abraço...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. João Antonio Dib.

 

(O Ver. Mauro Pinheiro assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, vou querer que V. Exª me assegure o direito de ouvir com entusiasmo o ilustre Ver. Sebastião Melo, que falará por cedência de tempo do Ver. Dib, e requerer inscrição para falar em Comunicação de Líder, porque eu havia solicitado antes e V. Exª não me deferiu.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Ver. Pujol, se V. Exª quiser o utilizar o espaço solicitado antes da minha fala, será um prazer. (Pausa.) Primeiro, quero começar um diálogo com o Ver. João Antonio Dib. Esta matéria de área rural, rururbana, rural-urbana, não é tão simples assim. A verdade é que a Cidade, hoje, Ver. Comassetto, V. Exª que presidiu o Plano Diretor da Zona Sul, é muito mais urbana do que rural. Então, eu não tenho como traçar esse conceito de cidade rural e cidade urbana, isso já é uma coisa ultrapassada. Eu tenho é que ter políticas rurais para uma cidade que tem áreas rurais e áreas, na sua grande maioria, urbanas. E acho que esse debate é interminável, e a Câmara de Vereadores pode contribuir muito. Mas não tem como voltar a uma área rural, porque sempre, ao lado de uma produção rural, nós vamos encontrar núcleos muito urbanizados.

Eu também queria, na cedência deste tempo, dialogar um pouco sobre o Centro da Cidade, Ver. Pujol, Ver. Cecchim e demais Vereadores. Nós tivemos avanços nos últimos tempos, especialmente no final do Governo Verle, depois, no Governo do Fogaça e, agora, no do Fortunati, em algumas recuperações. E dou o exemplo: de forma muito humanizada, o Secretário Cecchim retirou os camelôs do Centro e os levou para o Centro Popular de Compras. Isso foi um avanço enorme que a Cidade teve. Segundo, a Cidade colocou em teste os deques do Mercado Público, que passarão a ser definitivos. Esta Casa aprovou e, até dezembro, o nosso Chalé da Praça XV vai dar um “show de bola” do ponto de vista da recuperação daquele espaço.

Agora, das pendências que existem, Ver. DJ Cassiá, eu acho que tem uma - não sei se é na nossa Comissão, não sei em qual delas - que está merecendo um destaque muito especial. Eu fico muito chateado em ver o Largo Glênio Peres apenas como um estacionamento. Eu sei que ali, Ver. Cecchim, há uma questão econômica. Eu tenho que dar sustentação ao Mercado, portanto, há um acordo para colocação de carros nos feriados e depois das 19 horas. Mas tem uma coisa que eu acho que V. Exª deve ter uma contribuição maior do que nós, assim como o Ver. Adeli e aqueles que passaram pela Secretaria. Por exemplo, tem que se definir com clareza que tipos de feira vão para o Largo Glênio Peres. Não pode ser qualquer feira, Ver. Cecchim! Não pode ser por um telefonema ou um pedido. Não! Tem que haver uma programação durante o ano, e a população tem que saber.

A concepção do Largo Glênio Peres é uma concepção cultural, de quem foi um Vereador desta Cidade, Vice-Prefeito, um homem que muito colaborou com esta Cidade. Mas o Largo não está cumprindo essa finalidade. Lá tem de tudo, menos aquilo que foi proposto para ele. Se eu tenho que fazer um estacionamento, que seja no subsolo, não em cima do nosso Largo Glênio Peres. Hoje, o que nós estamos vendo é isso. E eu acho que este é um debate... Sem nenhuma crítica, nós não estamos fazendo crítica a esse ou àquele, mas nós já tivemos avanços no Centro e temos que ter mais.

 

O Sr. Idenir Cecchim: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Sebastião Melo. Vossa Excelência toca num assunto importantíssimo. Quando eu era titular da Secretaria da Indústria e Comércio, já tínhamos definido a restrição de feiras. E, certamente, o Largo Glênio Peres deverá receber a única grande feira que tem mais de um século, que é a Feira do Peixe. E, para as outras feiras, nós temos, de uma maneira ou de outra, encontrar outro local, porque não é possível que se faça, por exemplo, Feira da Economia Popular. A maioria do Interior vem fazer feira aqui, no nosso Largo Glênio Peres. Então, nós não estamos ajudando nem os nossos produtores e, muito menos, a população que passa por ali. E o Largo Glênio Peres vira um local de comércio. Não é lugar para promover alguma coisa, e sim para dar lucro para muitas pessoas, o que é interessante, mas deve ser feito em local apropriado. Cumprimentos pelo assunto que o senhor debate.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Muito obrigado, Ver. Cecchim. Eu volto a afirmar o que já disse várias vezes: se o Centro não é o nosso bairro de origem, ele é sempre o nosso segundo bairro. Eu vou ao Centro, no mínimo, três vezes por semana, às vezes, até um pouco mais, e sempre almoçando ali por perto do Mercado Público ou no próprio Mercado...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, provavelmente tenha sido a minha idade avançada que tenha me feito não perceber determinadas mudanças, se é que essas ocorreram. Mas, ao longo do tempo, Sr. Presidente, eu entendi e entendo que tempo de Liderança prescinde de inscrição prévia. O tempo de Liderança, diz o Regimento, se requer quando se precisa enfrentar algum assunto inadiável em determinado momento da Sessão. Assim eu tenho procedido e, às vezes, não sou bem entendido.

Mas tive muito prazer em ouvir novamente o nosso ex-Presidente, Ver. Sebastião Melo, que, com seu brilho, nos encanta e traz um belo debate para esta Casa. Aliás, quando eu pretendi falar em Liderança, era para dizer ao ilustre Vereador-Líder do PT que é chegado o momento, por orientação de seu Partido, de desarmar o palanque e começar a vida normal na Cidade. Terminou a eleição! A eleição foi vencida pelo Partido dos Trabalhadores, com esse leque de apoio que conseguiram montar, e, agora, eles têm que pensar em administrar este País. Chega de discurso! Isso de ficar dizendo que vão aproveitar algumas ideias do Serra e falar mal do Serra não leva a lugar algum.

Agora, esse debate a respeito da sonhada recuperação e restauração da área rural de Porto Alegre que o Ver. Dib insiste em fazer vai me encontrar como um dos inscritos, Ver. Braz, porque entendo, e olhe que é difícil eu concordar com o Vereador-Líder do Partido dos Trabalhadores, mas, nesse particular, eu sou obrigado a concordar com ele. Quando falamos na área rural de Porto Alegre que existiu, nós falamos sobre uma área rural hipotética, porque, em verdade, a área de extensão urbana em Porto Alegre já ia muito além daquilo que imaginavam seus defensores, quando pretendiam a sua manutenção. E essa área da Vila Nova – tem razão o Ver. Comassetto – já era, naquela época, antes de 1999, área de extensão urbana; não intensiva, é verdade, era extensiva. Então, o que houve, em grande parte, foi uma mudança de nomenclatura, de área extensiva para área rururbana. Mas, no mutatis mutandis, é a mesma coisa. Agora, o que é impossível, o que é um sonho que não pode ser alimentado é querer restaurar a situação anterior. Como é que nós vamos fazer? Vamos dinamitar? Vamos explodir? Vamos implodir todos aqueles conjuntos que surgiram, Ver. DJ Cassiá, em torno da Edgar Pires de Castro? São milhares de unidades habitacionais que foram construídas ali regularmente, estimuladas pela nova legislação, porque era um fato que estava recalcado, aqueles terrenos já estavam vocacionados para esse tipo de ocupação, e, com a permissão legal, acabou por acontecer.

O que nós temos que fazer agora é encarar a nova realidade que se estabeleceu. Aquela área de Porto Alegre precisa ter um tratamento diferenciado, e nós precisamos fazer para aquela área um projeto assemelhado ao que se fez, no passado, para a área do Menino Deus - Projeto Renascença -; para os bairros São Geraldo, Humaitá, etc. - Projeto Padroeira -, ou seja, um projeto específico, duplicando a Edgar Pires de Castro, fazendo uma série de inovações que aquela área permite e merece que seja feita. E deve ser feita.

Por isso, nessa discussão do rururbano, eu tenho uma posição definida: onde a vocação é para urbanização e para ocupação com finalidade urbana propriamente dita, não há como se conter. É o que aconteceu, Ver. Nedel, naquela área, não se volta mais atrás, qualquer manifestação...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; eu presto atenção nos meus colegas e peço atenção, neste momento, para o pronunciamento que farei em nome dos nossos trabalhadores do Camelódromo que vieram a esta Casa, mais uma vez, pedir socorro. Esses trabalhadores e essas trabalhadoras, a vida inteira - como bem lembrava o Ver. Sebastião Melo –, trabalharam – muitos deles - lá no Largo Glênio Peres, construíram a sua vida, durante décadas, vendendo suas mercadorias. Quando do projeto do Camelódromo - naquele momento, “a menina dos olhos” da campanha eleitoral de 2008 -, muitos acreditaram que seria uma oportunidade de sair da chuva e do sol, para poder vender suas mercadorias com dignidade. Mas, na verdade, o Camelódromo se transformou numa prisão, numa prisão com aluguéis abusivos, porque o aluguel chega a R$ 700,00 por mês. Eu, ontem, fiz um pronunciamento da tribuna, falando do absurdo que são os aluguéis, o condomínio, as normas que a empresa impõe para os trabalhadores e o argumento que, cada vez mais, vem caindo por terra de que o Camelódromo foi uma obra social para esses trabalhadores e essas trabalhadoras.

Ora, se era para ser uma obra social, por que a Prefeitura permite que as pessoas paguem um aluguel que é impossível de ser pago por quem vende as mercadorias trabalhadas no Camelódromo? Se é para ser uma obra social, por que a Prefeitura, neste caso, a Secretaria Municipal de Indústria e Comércio, lava as mãos quando os trabalhadores são garroteados pela empresa, são ameaçados, têm a “faca no pescoço”? E o contrário: se é uma obra social, por que a SMIC é tão rápida em exigir o dinheiro dos trabalhadores e nunca foi rápida para exigir uma obra completa, a redução de aluguel, a justiça social, o estacionamento? E quero falar das notificações, mas vale a pena, porque estão aqui os companheiros que muito lutaram, como o Juliano Fripp, o Valdir, a D. Lenir, não vou nominar todos, mas que lutaram para que o estacionamento virasse uma forma de subsidiar o rezoneamento do bloco B, que é um bloco que quase não tem circulação. Eu sei que muitos Vereadores e Vereadoras conhecem o bloco B e sabem que é muito difícil a circulação ali. Nós aprovamos o Projeto, muitos Líderes de Partidos assinaram o Projeto conosco, e a Prefeitura Municipal, que tinha se comprometido para que o estacionamento virasse uma forma de subsídio aos trabalhadores, vetou o Projeto. Quando vetou, prometeu aos Vereadores desta Câmara que mandaria um Projeto semelhante, colocando os recursos do estacionamento em benefício dos trabalhares e trabalhadoras. Eu pergunto às Sras Vereadoras e aos Srs. Vereadores: alguém viu esse Projeto? Porque ele não apareceu nesta Casa.

Essa mesma Secretaria Municipal da Indústria e Comércio, que, no meio da madrugada, tirou onze trabalhadores e trabalhadoras, no meio deste ano, para acabar com as lideranças do movimento, usando táticas sádicas de perseguição das lideranças, muito conhecidas historicamente por aqueles que não aceitam a luta democrática; essa mesma SMIC, que disse que tinha expulsado onze por inadimplência política, que tudo ia bem no Camelódromo, que só não pagava quem não queria - os agitadores profissionais, etc. -, tem o próprio discurso caído por terra. São cento e dois trabalhadores que estão sendo ameaçados de ir para a rua, de não ter onde trabalhar por conta de um empreendimento que tem servido muito para os lucros dos empreendedores, mas só tem servido para aumentar a fome dos trabalhadores e trabalhadoras.

Esta Câmara Municipal não pode ser conivente com a injustiça social, esta Câmara Municipal tem que se pronunciar. Já falamos com o Ver. Nedel, primeiro, para a SMIC “segurar” o prazo dos trabalhadores, mas tem que se exigir, imediatamente, uma audiência com o Prefeito Fortunati, porque a questão dos nossos trabalhadores e trabalhadoras tem que ser uma questão da Prefeitura, e não uma questão de polícia, como, lamentavelmente, tem sido tratada...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, prezados amigos camelôs, homens e mulheres; eu queria também chamar atenção sobre a responsabilidade desta Casa, porque nós votamos uma lei alguns anos atrás, fizemos um grande esforço, Ver. Idenir Cecchim, para, de fato, tornar o Camelódromo popular. Esse era o nosso sonho, esse era o sonho de todos os camelôs que foram para lá. E o Centro ter um espaço mais liberado era uma demanda da população de Porto Alegre. Nós discutimos muito aqui - eu não vou repetir - o modelo e chamamos atenção para o fato de que ele era muito caro para ser sustentado por uma atividade tão singela. Ela é singela, ela não é muito pretensiosa, não é para se ganhar um dinheirão, e, dessa forma, não tem como pagar grandes aluguéis. Mas nós também fizemos grandes movimentos importantes, para demonstrar, via Ministério Público, Prefeito, Secretário - eu sei que o ex-Secretário Cecchim concorda -, que tinha que acontecer o rezoneamento naquele Camelódromo, porque está provado que o bloco B não tem a mesma afluência de pessoas que o bloco A. Isso está constatado há mais de ano, eu diria há quase dois anos.

Então, é uma inércia, é um absurdo tanto o concessionário quanto o Governo Municipal não se darem conta de que isso ia sobrar para o lado mais fraco, ia sobrar para as pessoas para as quais foi destinada essa política e ia sobrar para quem justifica aquela concessão pública. Eu acho isso muito grave, deveras grave, porque tem uma concessão pública, Ver. Nedel, que tem uma justificativa: acolher os camelôs que estavam na rua. Essa é a única e exclusiva razão pela qual se justifica pegar uma área nobre da cidade de Porto Alegre, no Centro da cidade de Porto Alegre, e fazer um Camelódromo. Não há outra razão, não faríamos um shopping center qualquer. A Prefeitura não tem objetivo de lucro, a Prefeitura, como Estado público, tem uma função social de mediação de conflitos, esse era o objetivo.

Pois bem, até o início do ano passado se alegava: “Não, são só 11; não, é só isso.” Hoje nós estamos com uma situação de 80, mas parece que há mais gente. E nós sabíamos que o problema estava se agravando, Ver. Brasinha! São os teus amigos, os meus amigos, os nossos amigos e os de muitos, Ver. DJ Cassiá, são pessoas pobres, simples que vivem do comércio informal que estão sendo expulsas, porque não há como pagar 60% de 7 mil reais de dívida, em três vezes. Não há como, ou seja, aquele negócio não é para camelôs, pelo menos, metade do negócio.

E aí, Ver. DJ Cassiá, Bancada do PDT e todos nós da Câmara, nós precisamos, urgente, de uma política pública que mude isso, e esta Câmara tem autoridade para exigir do Prefeito. Por que é que tem autoridade? Porque nós votamos por unanimidade o Fundo! Votamos ou não votamos, Ver. Brasinha? Votamos! Nós propusemos uma saída! A Câmara, todos os Partidos desta Câmara votaram o Fundo para o Camelódromo, achando, encontrando uma saída para o rezoneamento, para retomar aquele empreendimento, uma solução para os camelôs. O Prefeito achou melhor vetar, se comprometeu em mandar o Fundo, passou todo este ano, e o Fundo não voltou. O estacionamento está lá, é um recurso que poderia estar subsidiando. Tudo isso nós vivemos e, agora, nós chegamos no limite da comprovação e da solução. É um divisor de águas: ou ele vem para ser um empreendimento que soluciona o problema do Camelódromo, ou ele deixa de ser isso. E eu sei que o Ver. Cecchim é parceiro nesse sentido. Hoje é Vereador, viu que estão se confirmando as nossas hipóteses, e nós precisamos de uma atitude rápida. Nós não podemos ser coniventes, continuar aqui achando que dá para aquele que é o lado mais fraco responder por um problema seriíssimo promovido pelo Poder Público. Não dá para aceitar!

É muito duro, é muito triste passar no Largo Glênio Peres, como sábado eu passei, e vê-lo tapado de carros! Só carros, aquilo não tem mais cara de Centro, e os seres humanos no drama que estão vivendo. Não dá! Reunião com o Prefeito já! Acho que esta Câmara, por meio de sua Presidência, deve tomar a iniciativa, e todos seremos parceiros, tenho certeza.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ilustre Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Vereadores e Vereadoras; a Verª Fernanda Melchionna pediu ao Ver. João Antonio Dib que intercedesse junto ao Secretário Valter Nagelstein e que eu fosse o porta-voz. Tentei falar com o Secretário Valter Nagelstein há pouco, mas ele estava em reunião e com o telefone desligado. Mas falei com o Secretário Adjunto Omar Ferri Júnior, que me prometeu ir imediatamente à sala onde o Secretário estava em reunião e colocar o pedido do Ver. João Antonio Dib, para prorrogar o prazo, ao menos, até segunda-feira, para se arrumar uma solução mais adequada.

Queria me dirigir ao Ver. Engenheiro Comassetto, que falou que o salário mínimo, em 2012, estará em 600 reais, que a nova Presidente Dilma disse que estará em 600 reais, e que não será demagogia, porque o Serra é que fazia demagogia. Ver. Bernardino, veja a demagogia ao contrário: o salário mínimo é de 510 reais; se der dez por cento de aumento agora, vai para 561 reais em 2011; se der mais 8% em 2012, chega a mais de 600 reais! Não é nada demais! É só fazer o cálculo: em dois anos, acumula, e o salário mínimo, provavelmente, chegará a esse patamar. Então, não precisa fazer demagogia, propaganda e tal, e agredir os outros. É uma coisa natural, é só saber fazer capitalização.

Vereadora Maristela, sou seu parceiro. Já entrei em contato com o Secretário Márcio Bins Ely, que está em reunião com o Prefeito, e pedi a ele que tocasse no assunto com o Prefeito sobre a regulamentação do Projeto da Lomba do Pinheiro.

Estive numa reunião na Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas há pouco, que, aliás, está reiniciando a campanha “Acima de tudo, Natal é Cristo” – então, já estou divulgando esta campanha. O palestrante era o Secretário Ervino Deon, da Secretaria de Educação. Acho tão interessante, Ver. DJ Cássia, a Governadora começa a divulgar o seu trabalho depois de perder a eleição. Veja: são 2.600 escolas estaduais; dessas, 2.160 foram reformadas, alguma obra foi feita nessas 2.160 escolas, Ver. Cecchim; 42.000 computadores foram financiados, em 36 meses, sem juros, a 42.000 professores; 52.000 cursos de qualificação foram oferecidos aos professores, algo importante para a nossa Cidade.

 

O Sr. DJ Cassiá: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vou ser breve, quero apenas complementar o que V. Exª está dizendo. Não tenho dificuldade nenhuma, Vereador, em parabenizar, em dizer quando o Governo é bom, quando ele faz benefícios para a sociedade. Uma das escolas que a Governadora entregou para a comunidade era um grande caos que ela assumiu como herança: a Escola General Neto, que está lá linda, maravilhosa, com um “senhor ginásio”. Parabéns!

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Obrigado. Hoje, em contato com o Presidente do Hospital de Clínicas, ficamos sabendo que se está oficializando a passagem do Hospital de Reumatologia da Ulbra para o Hospital de Clínicas, num trabalho conjunto entre o nosso Secretário da Saúde, Dr. Casartelli, e o Presidente do Hospital de Clínicas, Dr. Amarílio. São boas notícias para a nossa Cidade e para a saúde de todos. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, pessoal que está assistindo a esta Sessão, quero saudar o Juliano Fripp, que está sempre junto, é um batalhador; eu posso não concordar com o Juliano, mas que ele está sempre... Inclusive, ele sempre bota o nome à disposição para concorrer - acho isso importante, Juliano -, luta e não tem medo de botar a cara na tela. Então, a minha saudação ao pessoal do Camelódromo.

Eu quero dizer, Verª Fernanda e Verª Sofia, Ver. Toni, também, que estamos convergindo no assunto do Fundo. Sou parceiro e sempre fui, desde lá atrás, para criar o Fundo e para ele reverter, não pagar para aluguel, mas para fazer melhorias no Camelódromo. Sou a favor e estou junto para solicitar pressa na criação o Fundo, e que se faça esse estacionamento render mais, seja através de licitação, através de qualquer coisa, desde que ele renda mais e seja usado para melhorias no Camelódromo - mesmo que seja para uma escada rolante no setor B, que seja para um ar-condicionado no setor B, que seja para fazer publicidade, qualquer coisa, mas que se faça o Fundo, nisso nós estamos de acordo. Estou também de acordo com quem cumpre a lei, porque a lei é para ser cumprida, não tem como não cumprir a lei.

Acho que sempre tivemos diálogo, conversamos, não concordamos na maioria das vezes, mas sempre conversamos de frente, nunca se fez nada pelas costas de ninguém, sempre com notificações, com prazo - até estourar o prazo, e aí tem que fazer as exigências. Eu não falo pela SMIC, porque não sou mais Secretário da SMIC. Quando eu lá estava, eu falava pela Secretaria, em nome da Prefeitura. Mas não mudo as minhas convicções e as minhas ideias.

Estava escutando o Ver. Comassetto e eu sempre ouço o Vereador achar culpados por não terem feito as coisas. Agora, essa de, antes de a Dilma assumir, culpar o Serra por ela não dar o salário de 600 reais, essa eu nunca tinha visto! Essa do Comassetto culpar o Serra por a Dilma não dar o 13º salário e aumentar o valor do Bolsa Família, eu nunca tinha ouvido falar! Isso é demais! A mulher nem assumiu, e ele já está arrumando um cristo para botar a culpa. O Serra não ganhou a eleição, Comassetto! O Serra não vai ser o Presidente do Brasil, quem vai ser Presidente do Brasil é a Dilma. Então, a Dilma tem que fazer ou não e assumir as consequências. Agora, culpar o candidato por não ter feito, isso já é brincadeira!

Quero cumprimentar a gerência dos próprios municipais e a Associação dos Permissionários do Mercado Público Central por terem implantado lá também a proibição do fumo. Quero cumprimentar quem estabeleceu essa ordem, porque lá é um shopping, é um local fechado, é um local público, e não se podia continuar fumando. Espero que a próxima ação seja no Camelódromo também. Sem cigarro no Camelódromo! Tem muita gente já com mais idade, o pulmão vai estragando; não era só com a chuva, o cigarro também prejudica. Então, cumprimentos a quem implantou o fumo zero no Mercado Público Central.

Eu tinha outros assuntos para falar neste momento, mas vou deixar para a próxima, porque o tempo é muito curto. E, quando a frase fica pela metade, o pronunciamento fica pela metade, muitas vezes nós não nos expressamos direito, as coisas ficam mal-entendidas. Então, até a próxima, Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Encerrado o período de Comunicações.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 3072/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 149/10, de autoria da Verª Sofia Cavedon, que institui o Programa Municipal de Saúde Vocal.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 3684/10 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 034/10, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que concede o Troféu Câmara Municipal de Porto Alegre à Cia. Jornalística J. C. Jarros – Jornal do Comércio.

 

PROC. Nº 3803/10 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 009/10, que inclui art. 134-A no Título IV – Das Disposições Gerais e Finais –, altera o § 3º do art. 27, o “caput” do art. 34, o § 1º do art. 43, o § 2º do art. 48, o “caput” do art. 65, o art. 66, o inc. III do art. 70, o inc. I do art. 81, todos da Lei Complementar nº 478, de 26 de setembro de 2002, que dispõe sobre o Regime Próprio de Previdência Social dos Servidores do Município de Porto Alegre (RPPS), alterada pela Lei Complementar nº 631, de 1º de outubro de 2009.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu estava dando um retorno aos nossos parceiros camelôs. Quero dar o retorno aqui para vocês, Vereadores. Consegui que o Prefeito Fortunati me atendesse ao telefone há alguns minutos e ele afirmou que, imediatamente, ligaria para o Secretário Valter Nagelstein. Ele não estava sabendo da dimensão do problema e disse que veria qual medida imediata, qual medida paliativa seria possível tomar. Disse, também, que está sensibilizado para resolver o problema do bloco B a médio prazo. Então, acabamos de abrir uma interlocução - e acho que o Ver. Dib está fazendo o mesmo movimento, assim como o Ver. Nedel tentou com o Valter, assim como todos os Vereadores - para que pensem, a médio prazo, e, também, para dar um alento imediato e alguma segurança para quem está perdendo o seu ganha-pão.

Mas eu não posso me afastar muito do tema da Pauta, que é um momento de discussão dos Projetos. Eu tenho um Projeto que começa a tramitar hoje que institui o Programa Municipal de Saúde Vocal. Nós tínhamos, mas esta Casa acabou arquivando, extinguindo um Projeto autorizativo de autoria do Ver. Garcia, de alguns anos atrás, que, por ser autorizativo, nunca foi implementado, e tratava da prevenção do uso profissional da voz, Ver. Bosco, dos nossos profissionais da Educação e do Esporte e Lazer.

Eu fui procurada pelo Crefono, que é o Conselho Regional de Fonoaudiologia, e conseguimos construir uma série de elementos para constituir esse Programa agora, de fato, na cidade de Porto Alegre. Nós sabemos que muitos professores são afastados da sala de aula por uso indevido da voz. E medidas simples, como hidratar a garganta durante a manhã, não são utilizadas, porque, na escola, o professor entra, vai para a sala de aula, a água fica longe da sala, é difícil se afastar dos alunos. E só – o Ver. Haroldo sabe bem – uma hidratação seguida, continuada, permite que não haja lesões nas cordas vocais, além do uso adequado da voz e da intervenção nos fatores ambientais.

O Programa pretende, vamos dizer assim, trabalhar a prevenção, a capacitação, porque os professores passam no concurso, mas não têm obrigação de saber utilizar corretamente a voz. Muitas vezes a utilizam errado e acabam adoecendo, porque a perda da voz é uma doença. É uma doença que deprime os professores e inviabiliza o exercício da profissão, porque é muito difícil ser professor sem poder utilizar a voz.

Então, nós temos a prevenção e a capacitação. A previsão é de que, logo depois de nomeados, os professores recebam o curso de utilização correta da voz. Depois, para a proteção da voz, o Projeto de Lei prevê disponibilização de água para hidratação constante, análise dos ambientes da escola para a retirada dos fatores ambientais que prejudicam o uso da voz, como, por exemplo, a substituição progressiva dos quadros de giz. É impressionante que, no século XXI, os professores continuem utilizando o giz, cujo pó se deposita na boca, nas cordas vocais, é profundamente ressecante. O professor já não se hidrata, fala a manhã inteira, não bebe água e ainda tem mais o pó de giz. Nós temos hoje muitos professores limitados, sem condições de voz, chegando ao meio da semana sem condições de falar.

Este é um Projeto de Lei que eu proponho. Na Justificativa, eu me refiro ao Ver. Garcia, que tinha uma proposição genérica e que era só autorizativa. Nós queremos avançar na prevenção, evitando biometrias e adoecimento de professores com medidas simples, mas muito importantes. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Toni Proença está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ADELI SELL: Meu caro Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; minha colega Sofia Cavedon, que propõe instituir, no Município de Porto Alegre, o Programa Municipal de Saúde Vocal. Eu considero que é um Projeto extremamente importante, ela falava no trabalho dos professores, e eu lembrava o quanto é desgastante, principalmente para um professor que tem uma carga horária muito grande. De fato, nós deveríamos ter um Programa dessa natureza na Secretaria Municipal da Educação, de um modo especial, e na Secretaria de Esportes também, porque essa questão de o professor estar muitas horas em sala de aula falando acaba trazendo, muitas vezes, pelas condições inadequadas da sala de aula e, especialmente, pelo uso do giz, problemas para a sua saúde. Portanto, eu venho aqui apenas para fazer este registro e dizer do meu apoio e do meu contentamento com este Projeto de Lei.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Não havendo mais Vereadores inscritos, está encerrada a discussão da Pauta.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 16h.)

 

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